quinta-feira, outubro 13, 2005

O coelho da Alice

Dizem-me que ando sempre com a cabeça no ar, que não tenho os pés assentes na terra. Como posso responder? "Obrigado, mas não obrigado". Ouvi a frase ontem, mais especificamente "Thanks, but no thanks". A alteração não muda o sentido, às vezes poderia alterá-lo, mas desta vez não. A todos os que me dizem essas frases feitas de alguém muito sisudo em dias cinzentos de chuva, respondo com um enorme sorriso e de voz bem aberta "eu gosto de ser assim". Bem... talvez nem seja uma questão de gosto. De modo de vida? Também não me parece... De sobrevivência? Nem pensar! Não tenho que atribuir significado algum à minha existência em cada dia que passa. Posso simplesmente de gostar de ser um pouco Alice. Ainda que este país não seja propriamente aquele das Maravilhas... Mas posso recriar um outro país, acreditar noutras coisas para além daquelas que todos discutem e com as quais todos se preocupam. Posso optar, e esta sim é uma opção com significado, por viver fora de mim. Quem é que nunca o desejou?