domingo, julho 01, 2007

Back to the classics

Etsab, Coderch, 1978.
Já faz algum tempo que tenho esta imagem junto do meu computador. Chegou o dia de a guardar. Tudo começou com um concurso (com a Ana e a Dori), que avivou uma ideia longínqua. Lembro-me de uma vez o Eduardo A. me perguntar por que é que eu não escrevia sobre arquitectos contemporâneos (creio que referi isso, por aqui, na altura...). Se alguma vez tivesse de registar os nomes dos arquitectos que mais admiro, estudo e recordo, estes pertencem a essas duas eras que precedem a contemporaneidade: Le Corbusier, Adolf Loos, Mies van der Rohe, na categoria de velhos mestres, Eames e Smithsons, na categoria de arquitectos pós-guerra. Tive sempre outras paixões, mas, por mais exemplos que encontre, estes estarão sempre presentes. Logo após ao Eduardo A. ter feito aquele comentário, decidi escrever sobre um arquitecto contemporâneo, ou melhor, sobre uma casa contemporânea, mas que me obrigaria a ler tudo o que Rem Koolhaas tivesse escrito e tudo o que houvesse escrito sobre a sua arquitectura. Claro que a casa não foi escolhida ao acaso... Contém uma pequena história ou é uma história. Para mim, a história é o mistério de que Colomina fala e o qual reconheço, também, nos objectos do meu estudo. Entretanto, íamos avançando na nossa proposta e, pela primeira vez, pensava em soluções "de inspiração koolhaasiana". Deu-me vontade de rir! E atribuía as culpas ao que estava a ler, mas quanto mais lia sobre Rem Koolhaas, mais entusiasmada ficava com as suas ideias. Passei a ver a sua arquitectura de outra forma, mas estava tudo lá! O que eu via em Rem Koolhaas era o que eu sempre vira em Le Corbusier, em Adolf Loos, em Mies van der Rohe... Mas esta imagem apareceu depois, quando estava a desenhar, em pormenor, um dos edifícios da nossa proposta. Andávamos envoltas em curvas e curvas e curvas. A paixão do terceiro ano por Niemeyer. A Dori comentava, também, como cada vez mais estava a voltar a este tipo de exemplos de arquitectura. A este tipo de curvas. Uma curva desenhada na ponta de um lápis, bem marcada, forte, sentida. Uma curva que condensa uma vida e anula qualquer outra. Niemeyer: outro clássico.
Penso noutros exemplos: no cinema e na música. Creio ser este um sentimento constante em mim. Relembro uma ideia de Louise Bourgeois que me conforta especialmente. Quando a interrogavam sobre os novos materiais que utilizava (em esperança que Louise lhes respondesse que tinha de "apanhar" as novas técnicas), Louise respondia quase sempre da mesma maneira. Que era natural expressar-se em diferentes materiais e que um bom conhecimento técnico sobre estes a iria permitir dizer aquilo que sempre quisera dizer. Em mármore, em madeira ou em látex. Se um material o fizesse melhor do que outro, melhor para ela! O importante era dizer o que queria dizer e que sempre fora o mesmo. As suas angústias, os seus medos, os seus traumas. Também ao medo ultimamente pareço voltar sempre!

2 Comments:

Blogger Eduardo Carvalho said...

Não acredito que tenhas lido TUDO do Rem!!!?? Hummm, será que podias fazer um resumo :)
A propósito de Le Corbusier, aconselho-te um blog que põe tudo a nu ... mesmo:
http://www.petitcabanon.blogspot.com/

terça-feira, julho 03, 2007  
Blogger Susana said...

Não, ainda não li TUDO! O Rem está a começar a sofrer de síndrome Corbu: as coisas sobre ele multiplicam-se e ele ajuda. :) Um resumo, prometo-o para breve... já ando a adiar há muito tempo e terei todo o gosto que o leias e dês a tua sincera opinião. Até porque é por tua culpa!!!

sábado, julho 07, 2007  

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