Como desejo ser também tão silenciosa
Passei a tarde a ouvir o último cd do Jens Lekman. Passei a tarde a tentar perceber-me. A compreender as suas palavras. A compreender-me a mim. A compreender o ritmo por detrás da sua voz. A compreender-me a mim. A compreender o que sinto quando o ouço, o ouço, o ouço... A compreender-me a mim. A surpreender-me a mim. Como ainda o ouço... ainda... ainda... Ainda o ouço. Sempre. E é tão difícil ouvi-lo sempre outra vez. E é tão fascinante ouvi-lo mais uma vez. "Oh you're so silent Jens"! Como te ouço ainda!
Os efeitos são demasiados! Muitos. Fortes. Intensos. Jamais conseguirei quantificá-los e muito menos percebê-los em toda a sua dimensão, em toda a sua clareza, em toda a sua ressonância em mim. Lembro-me do André dizer ao José, durante uma aula, que quando ouvia uma passagem de Schönberg sobre o fim do Mundo, mesmo não percebendo alemão, conseguia ser Schönberg e a música perpassava o seu corpo e ele era Schönberg e o Mundo ia acabar. O mais engraçado é que percebo toda as palavras de Jens, mesmo que às vezes o sentido não seja aquele exacto das palavras, das frases, ou seja mesmo incompreensível, acho a sua loucura extraordinária e como o percebo! E acredito sempre que me percebo a mim. Não consigo parar de ouvir a sua voz no meu corpo. Às vezes muito lentamente até atingir um outro nervo. Outras, magistralmente, irrompendo por todo o meu ser. Explodindo-me para além dos limites razoáveis que ainda me delimitam. Fragilmente, mas ainda são Susana. Mas Jens não fala do fim do Mundo nem do fim de coisa alguma. Embora eu saiba que está sempre lá. Canta sempre o fim. E como o canta. Maravilhosamente bem. Talvez da forma mais bonita que eu conheço. E as lágrimas já não são lágrimas, são pequenas explosões de felicidade. Eternas explosões. Pequenas partículas, que se reacendem em mim, de felicidade. Uma doce melodia. Adormecerei ainda a ouvi-lo. Mesmo que os meus olhos pesem.
Os efeitos são demasiados! Muitos. Fortes. Intensos. Jamais conseguirei quantificá-los e muito menos percebê-los em toda a sua dimensão, em toda a sua clareza, em toda a sua ressonância em mim. Lembro-me do André dizer ao José, durante uma aula, que quando ouvia uma passagem de Schönberg sobre o fim do Mundo, mesmo não percebendo alemão, conseguia ser Schönberg e a música perpassava o seu corpo e ele era Schönberg e o Mundo ia acabar. O mais engraçado é que percebo toda as palavras de Jens, mesmo que às vezes o sentido não seja aquele exacto das palavras, das frases, ou seja mesmo incompreensível, acho a sua loucura extraordinária e como o percebo! E acredito sempre que me percebo a mim. Não consigo parar de ouvir a sua voz no meu corpo. Às vezes muito lentamente até atingir um outro nervo. Outras, magistralmente, irrompendo por todo o meu ser. Explodindo-me para além dos limites razoáveis que ainda me delimitam. Fragilmente, mas ainda são Susana. Mas Jens não fala do fim do Mundo nem do fim de coisa alguma. Embora eu saiba que está sempre lá. Canta sempre o fim. E como o canta. Maravilhosamente bem. Talvez da forma mais bonita que eu conheço. E as lágrimas já não são lágrimas, são pequenas explosões de felicidade. Eternas explosões. Pequenas partículas, que se reacendem em mim, de felicidade. Uma doce melodia. Adormecerei ainda a ouvi-lo. Mesmo que os meus olhos pesem.
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