Sem tempo
O título original era "E se eu explodisse o Coelho Branco e a Rainha de Copas?", mas depois achei melhor voltar atrás, apagar e escrever "Sem tempo", porque é disso que se trata. Que eu queira mandar ao ar o Coelho Branco e a Rainha de Copas também é verdade!
Ontem de manhã, deparei-me com a minha falta de tempo (como tantas outras pessoas por esse mundo fora). É verdade: nunca tenho tempo para nada, queixo-me sempre da falta de tempo, penso em dormir 8 a 9 horas por noite, andar uma hora a pé, ler os livros empilhados em cima do meu estirador ao lado dos outros tantos dicionários, fazer os convites para o almoço de Natal, imprimir as fotografias do casamento da Carla e distribuir pelos meus amigos, deliciar-me com um café à beira-rio ou um chocolate quente, huuummm... E fazer tantos outros projectos e perder-me, perder-me infinitamente no tempo. Não, não penso, nem desejo que o dia tivesse mais de 24 horas, nem que eu pudesse dormir menos (e muito menos em tomar comprimidos para isso), nem que o tempo parasse e eu continuasse a trabalhar, a dormir, a ler, a brincar, a rir, a saltar... não! Seria horrível! Mas explodir o tempo talvez fosse boa ideia! Ainda não sei muito bem como é que poderia fazê-lo, embora já tenha algumas ideias, mais não seja, mandá-lo a... um sítio sempre que me apetecesse ficar mais umas horas quentinha na cama. E o tempo se quisesse, poderia recorrer ao meu relógio e adiantar-me umas horitas. E quando eu fosse andar a pé, obrigava-me a andar ainda mais depressa, em forward, para recuperar (até recuperaria duplamente). Não quero de modo algum acabar com o tempo! Não, também não! Mas torná-lo flexível... Sem aquelas tretas de políticas de gestão ou de organização de rentabilização e flexibilização do tempo! Torná-lo flexível seria multiplicá-lo sem causar danos secundários. Colocar um fragmento neste momento em que preciso de mais um bocadinho de tempo e depois tirar outro fragmento daquele momento em que não preciso de tempo a mais. Como as viagens de comboio! A maior parte das pessoas diz que prefere andar de comboio porque pode trabalhar ou ler ou ver um filme ou ouvir música. De facto, posso fazer tudo isso, mas, para mim, a viagem de comboio é um enorme desperdício de tempo. Tudo o que leio na viagem de comboio, releio outra vez. Tudo o que faço, parece-me ridículo instantes depois. O que escapa ao meu tempo é ouvir música ou ver algum filme, mas mesmo assim, para isso, arranjaria outro tempo. Arranjo sempre. Porque me são imprescindíveis. Mas a viagem não o é. Nas viagens de comboio, por exemplo, encolheria o tempo. Parece-me bem...
Saber-me-ia o tempo de outra forma, se eu pudesse efectuar todas estas operações? Ou melhor, saber-me-ia a alguma coisa o tempo?
Ontem de manhã, deparei-me com a minha falta de tempo (como tantas outras pessoas por esse mundo fora). É verdade: nunca tenho tempo para nada, queixo-me sempre da falta de tempo, penso em dormir 8 a 9 horas por noite, andar uma hora a pé, ler os livros empilhados em cima do meu estirador ao lado dos outros tantos dicionários, fazer os convites para o almoço de Natal, imprimir as fotografias do casamento da Carla e distribuir pelos meus amigos, deliciar-me com um café à beira-rio ou um chocolate quente, huuummm... E fazer tantos outros projectos e perder-me, perder-me infinitamente no tempo. Não, não penso, nem desejo que o dia tivesse mais de 24 horas, nem que eu pudesse dormir menos (e muito menos em tomar comprimidos para isso), nem que o tempo parasse e eu continuasse a trabalhar, a dormir, a ler, a brincar, a rir, a saltar... não! Seria horrível! Mas explodir o tempo talvez fosse boa ideia! Ainda não sei muito bem como é que poderia fazê-lo, embora já tenha algumas ideias, mais não seja, mandá-lo a... um sítio sempre que me apetecesse ficar mais umas horas quentinha na cama. E o tempo se quisesse, poderia recorrer ao meu relógio e adiantar-me umas horitas. E quando eu fosse andar a pé, obrigava-me a andar ainda mais depressa, em forward, para recuperar (até recuperaria duplamente). Não quero de modo algum acabar com o tempo! Não, também não! Mas torná-lo flexível... Sem aquelas tretas de políticas de gestão ou de organização de rentabilização e flexibilização do tempo! Torná-lo flexível seria multiplicá-lo sem causar danos secundários. Colocar um fragmento neste momento em que preciso de mais um bocadinho de tempo e depois tirar outro fragmento daquele momento em que não preciso de tempo a mais. Como as viagens de comboio! A maior parte das pessoas diz que prefere andar de comboio porque pode trabalhar ou ler ou ver um filme ou ouvir música. De facto, posso fazer tudo isso, mas, para mim, a viagem de comboio é um enorme desperdício de tempo. Tudo o que leio na viagem de comboio, releio outra vez. Tudo o que faço, parece-me ridículo instantes depois. O que escapa ao meu tempo é ouvir música ou ver algum filme, mas mesmo assim, para isso, arranjaria outro tempo. Arranjo sempre. Porque me são imprescindíveis. Mas a viagem não o é. Nas viagens de comboio, por exemplo, encolheria o tempo. Parece-me bem...
Saber-me-ia o tempo de outra forma, se eu pudesse efectuar todas estas operações? Ou melhor, saber-me-ia a alguma coisa o tempo?
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